quinta-feira, 20 de junho de 2013

O Miguel, em "A Madalena e eu"

– Anda – disse-me a Madalena, afastando-me da azáfama que decorria no rescaldo do almoço.
Até me daria jeito, noutra ocasião qualquer, escapar a levantar a mesa não é mau. Mas aturar a ciganita quando está com aquele ar determinado é sempre muito pior.
– O que é, diz lá.
– Anda, anda.
E fui. Para quê? Ora, para o pesadelo mais estúpido que se podia imaginar: a Madalena queria que eu a ensinasse a jogar futebol com o Mister. Revirei os olhos, a pedir clemência divina, mas nada aconteceu.
– Ouve lá, Madalena, tu não percebes que o Mister não sabe jogar?
– Claro! Ainda não ensinaste-lhe nada!
– Ainda não lhe ensinaste nada, é assim qu…
– Pois não! Eu também não sei!!!
– Não era isso… Estava a corrig… Esquece. – Respirei fundo. E a Rita? E as saudades dela? – Está bem, eu ensino-vos, mas só até às quatro, que vou lanchar com a minha namorada.
– A Rita?
– Claro que é a Rita, Madalena, que parva.
– Então está bem!

Porque será que me soou tão mal aquela frase? 

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