– Anda – disse-me a
Madalena, afastando-me da azáfama que decorria no rescaldo do almoço.
Até me daria jeito,
noutra ocasião qualquer, escapar a levantar a mesa não é mau. Mas aturar a
ciganita quando está com aquele ar determinado é sempre muito pior.
– O que é, diz lá.
– Anda, anda.
E fui. Para quê? Ora,
para o pesadelo mais estúpido que se podia imaginar: a Madalena queria que eu a
ensinasse a jogar futebol com o Mister.
Revirei os olhos, a pedir clemência divina, mas nada aconteceu.
– Ouve lá, Madalena, tu
não percebes que o Mister não sabe
jogar?
– Claro! Ainda não ensinaste-lhe nada!
– Ainda não lhe ensinaste
nada, é assim qu…
– Pois não! Eu também
não sei!!!
– Não era isso… Estava
a corrig… Esquece. – Respirei fundo. E a Rita? E as saudades dela? – Está bem,
eu ensino-vos, mas só até às quatro, que vou lanchar com a minha namorada.
– A Rita?
– Claro que é a Rita,
Madalena, que parva.
– Então está bem!
Porque será que me soou
tão mal aquela frase?
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