Foi então que tudo
aconteceu. Sem que eu desse por isso, à frente dos meus olhos estava um touro
negro como uma noite sem estrelas a olhar para mim intensamente. O raio do
bicho até inclinava a cabeça de lado para me ver melhor.
«Olá!, tenho
companhia», pensei eu.
Na verdade aquilo era
um gigante, um camião TIR, um arranha-céus. Um touro matulão, com a única
vantagem de estar parado (e de não ter outro entretém senão fitar-me).
Imediatamente pensei nas duas miúdas, o «bichano» veio visitar-me sozinho? Não
me parecia possível ser exemplar único, onde estariam os companheiros? A
ameaçar a Madalena e a Mónica? Foi tudo isto que me cruzou o pensamento, mas
por pouco tempo. O touro começou a soprar e a raspar com uma das patas da
frente no chão. Não sabia o que havia de fazer. Ficar ali, fugir, virar costas
de mansinho, chamar pela Mónica? Gritar por socorro?
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